Os Elementos do Branding

Quando se trata de construir uma marca forte, existem alguns pontos-chave que você precisa considerar. Vamos explorar os cinco elementos essenciais do Branding e como eles interagem para criar uma identidade marcante e consistente.

1. Identidade

O ponto de partida para qualquer projeto de Branding é a Identidade. Dentro dessa categoria, precisamos entender que há várias dimensões a serem consideradas.

  • Nome: Tudo começa com um nome. Um bom projeto de Naming pode fazer a sua empresa ser memorável — positivamente, de preferência. Todo o resto se desenvolve a partir dessa escolha, e é imprescindível verificar a viabilidade de registro para evitar problemas futuros.
  • Identidade Organizacional: Esta dimensão define os princípios pelos quais a empresa opera e projeta seus objetivos. Inclui o Propósito da Marca, a razão de existir além de gerar lucro, e transmite seus Valores, Missão e Visão.
  • Identidade Visual: Engloba o logotipo, as cores, a tipografia e as imagens utilizadas em torno da marca. Esses elementos são o rosto do seu negócio, a primeira impressão que as pessoas têm de você.
  • Branding Sensorial: Além da Identidade Visual, podemos explorar o Branding Sensorial, que inclui Identidades Verbal, Sonora, Olfativa, de Tato e de Paladar, criando uma experiência mais rica e memorável.

2. Posicionamento

O Posicionamento deve ser pensado em conjunto com a Identidade, mas muitas vezes é ignorado por novos empreendedores. Saber claramente onde sua empresa se posiciona no mercado e como se diferencia é fundamental. O que sua empresa ou produto oferece de único e valioso para o seu público-alvo?

Um bom exemplo de posicionamento claro é o da marca brasileira Havaianas. Desde a sua criação, as Havaianas se posicionaram como um produto simples, acessível e com um estilo de vida casual e alegre. Esse posicionamento estratégico e a comunicação consistente ajudaram a marca a se tornar um ícone global.

3. Personalidade

Assim como as pessoas, marcas podem ter personalidades únicas que se refletem na voz e no tom da comunicação. Um exemplo é a Starbucks. Se olhássemos apenas o logotipo deles isoladamente, poderíamos imaginar que se trata de uma empresa de frutos do mar ou navegação. Mas, além do logotipo, a Starbucks tem uma personalidade muito própria.

Mesmo em cidades do interior, como a minha no Rio Grande do Sul, encontramos produtos da Starbucks em supermercados. A marca vai além das cafeterias, com um visual e linguagem únicos, criando uma interação acolhedora com o consumidor. Eles escrevem seu nome errado no copo, o que virou um símbolo divertido e reconhecível. A Starbucks comunica uma experiência que vai além do café, transmitindo uma personalidade conectada e moderna. Ao carregar um copo da Starbucks, o consumidor não está apenas comprando um café; ele está exibindo que se alinha com os valores da marca, mostrando que é uma pessoa moderna e conectada.

Outro exemplo é o da marca brasileira Chilli Beans. A Chilli Beans não vende apenas óculos, vende atitude e estilo. Sua comunicação é ousada, vibrante e jovem, e isso se reflete em todas as interações com a marca. Quando você compra um produto Chilli Beans, está também comprando a personalidade descontraída e irreverente que a marca representa. Essa conexão emocional com os consumidores faz com que a marca se destaque e crie uma base de fãs leais.

4. Experiência

A Experiência do cliente vai além do produto ou serviço oferecido. Inclui todos os pontos de contato com a marca: atendimento, embalagens, entrega, e a funcionalidade do que você oferece. Uma boa experiência cria relacionamentos e fidelidade. Por exemplo, a Geração Z valoriza o consumo sustentável e busca uma experiência completa que justifique o valor pago. Uma marca de cosméticos veganos precisa demonstrar comprometimento real com a causa para conquistar esse público.

Imagine receber uma comida via tele-entrega com excesso de embalagens plásticas, sacolas e sachês descartáveis. Isso pode gerar uma experiência negativa e prejudicar a percepção da marca, especialmente para consumidores preocupados com o meio ambiente. Por outro lado, oferecer uma experiência consciente e sustentável, com embalagens recicláveis e minimalistas, pode fidelizar clientes e gerar uma resposta positiva.

5. Consistência

Por fim, o Branding precisa de Consistência. Manter a integridade de todos os elementos ao longo do tempo e em todos os pontos de contato é fundamental. Por exemplo, o Nubank é conhecido por sua Identidade Visual roxa. Mudar para uma cor diferente, como o laranja, poderia confundir os clientes e prejudicar a percepção da marca. Além do visual, a consistência no tom de voz e na personalidade da marca também é crucial. Se o Nubank, que tem uma comunicação descontraída e acessível, de repente adotasse um tom formal e distante, os clientes estranhariam essa desconexão.

Conclusão

O Branding é sobre estabelecer regras claras e segui-las de forma consistente. Cada elemento – Identidade, Posicionamento, Personalidade, Experiência e Consistência – deve refletir e reforçar a essência da marca. Mudar um desses elementos pode ser necessário em algum momento, mas deve ser feito com cuidado, garantindo que a mudança esteja alinhada com a visão e os valores da marca. Uma marca forte é construída com base na coerência e na fidelidade aos seus princípios, criando uma conexão duradoura e significativa com o público.